Relação entre desemprego, educação e Bolsa Família e a redução da desigualdade social no Brasil : uma abordagem de microssimulação
Autor: Edgar Dias de Oliveira (Currículo Lattes)
Resumo
O Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo e o primeiro em concentração de renda. Esta dissertação investiga a relação entre a taxa de desemprego, o Programa Bolsa Família, e o investimento em educação e a desigualdade social no Brasil, medida por dois indicadores sociais, o Coeficiente de Gini e o Índice Palma. Através de uma microssimulação, buscou-se responder o quanto (i) a redução da taxa de desemprego, (ii) o Programa Bolsa Família, e (iii) o investimento em educação, podem reduzir a desigualdade social. O modelo utiliza os dados de entidades governamentais oficiais para reproduzir as características do mercado de trabalho brasileiro e avaliar a relação de cada medida com a redução da desigualdade social. O estudo sugere que a redução da taxa de desemprego seja responsável pela maior queda na desigualdade social, de até 16,32% no Coeficiente de Gini e 52,20% no Índice Palma, com uma redução praticamente imediata. O estudo também sugere que o Programa Bolsa Família cause uma redução de 8,16% no Coeficiente de Gini e 32,26% no Índice Palma, também imediato, e mais significativo quando a taxa de desemprego está alta, devido ao maior número de pessoas necessitando do benefício, servindo como mitigador em tempos de crise econômica e social. Já o investimento em educação não apresenta resultado imediato na redução da desigualdade social, mas no longo prazo pode reduzir o Coeficiente de Gini em 7,46% e o Índice Palma em 24,83%. Os seus efeitos dependem de fatores de longo prazo, e apresenta efeitos indiretos, como a mobilidade social, que o tornam muito importante como medida de longo prazo. A maior redução da desigualdade social alcançada com a contribuição dos três fatores dentro do ambiente de simulação foi de 24,02% no Coeficiente de Gini e de 63,68% no Índice Palma.